General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva
Os
socialistas condenam o Movimento Civil-Militar de 31 de Março de 1964,
dizendo que teria sido imposto pelos EUA, e acusam os regimes militares
por suposto conluio com países do Cone Sul na chamada Operação Condor.
No entanto, aceitam sua própria submissão a matrizes internacionais do
socialismo revolucionário ou se calam quando o governo petista devolve
refugiados cubanos à ditadura castrista, o ícone da liderança socialista
tupiniquim.
Segundo
a esquerda, os EUA planejaram e desencadearam o Movimento Civil-Militar
de 31 de Março de 1964, sendo o cidadão brasileiro, as instituições
nacionais e os soldados da Pátria meros coadjuvantes.
O envolvimento de um país na política interna de outro sempre existiu
e os EUA como a URSS o faziam com seus serviços de inteligência e
diplomacia. Os socialistas distorcem, segundo seus interesses,
atividades normais existentes nas relações internacionais. Alguém é
ingênuo de pensar que o Brasil não se envolva em assuntos de outros
países? O que fizeram os governos de Lula e Dilma Rousseff,
respectivamente, nas crises de Honduras (2009) e do Paraguai (2012).
Os EUA apoiavam financeiramente institutos, partidos e políticos
anticomunistas brasileiros, temerosos da guinada à esquerda do cenário
nacional. Acompanhavam a situação e, com a ameaça de uma guerra civil
revolucionária, preparavam-se para apoiar os oponentes a Jango ou mesmo
intervir militarmente. Não aceitariam passivamente a queda do Brasil na
esfera da URSS, pois seria fatal para sua liderança continental ao
arrastar toda a América do Sul para o socialismo.
A URSS também apoiava organizações ligadas ao movimento comunista
internacional (MCI). O Partido Comunista Brasileiro (PCB) não era
nacional, de fato, pois, desde sua fundação, fora um vassalo do Partido
Comunista da URSS, seguindo suas ordens e diretrizes. As Ligas
Camponesas e os Grupos dos Onze eram financiados por Moscou para a luta
armada, caso a via pacífica - subversão e infiltração - não lograsse
êxito. A KGB, órgão de inteligência da URSS, infiltrara-se nos
ministérios, empresas estatais, Forças Armadas (FA), mídia, igreja e
instituições científicas e educacionais.
As famosas cartas do embaixador Lincoln Gordon não indicam
participação dos EUA na preparação nem na condução do Movimento de 31 de
Março, mas sim que monitoravam a situação e pensavam na possibilidade
de intervir. Em seu livro sobre o “31 de Março”, Lincoln Gordon escreveu
que “o autor do golpe contra Goulart foi o próprio Goulart. Se ele
fosse mais habilidoso, teria pressionado por suas reformas dentro do
âmbito constitucional, em vez de ceder à tentação de seguir os modelos
de Getúlio Vargas e Perón”.
A historiadora Phyllis Parker publicou o livro “1964: O Papel dos EUA
no Golpe de Estado de 31 de Março”, entrevistando os principais
personagens do episódio e acessando correspondência secreta. Disse não
ter encontrado provas da participação direta dos EUA, mas sim que
apoiaram o seu desenlace, acompanharam a evolução dos acontecimentos e
tinham um plano para o caso de uma guerra civil. Uma esquadra iniciara
deslocamento dos EUA para o sul, no final de março de 1964, mas retornou
do Caribe, após o rápido sucesso do Movimento (pg. 99 a 116). Foi
melhor assim, pois se a esquadra desembarcasse tropas no Brasil, mudaria
todo o contexto do conflito. A massa das FA reagiria contra a violação
de nossa soberania e do sagrado solo da Pátria. Problemas brasileiros
são resolvidos entre brasileiros! Lembro-me de meu pai ter dito,
coloquialmente, várias vezes: “se os gringos desembarcassem no Brasil eu
me aliava aos comunas e, depois de expulsar os gringos, voltaria a
guerrear os comunas”.
O livro “A KGB e a Desinformação Soviética” de Ladislav Bittman, do
Serviço de Desinformação da Tchecoslováquia, afirma ser fictícia a
“Operação Thomas Mann” para derrubar governos latino-americanos. Foi
forjada pela KGB.
E o que dizer da tão propalada Operação Condor? Ora, assim como hoje
existem a Conferência dos Exércitos Americanos e as Reuniões Bilaterais e
Regionais para tratar de assuntos de pessoal, operações, ensino,
logística, doutrina e inteligência (inclusive antiterrorismo), naqueles
anos havia reuniões para tratar de assuntos militares, intercambiar
informações, experiências e cooperar no combate à ameaça vermelha,
evidenciada na luta armada que vingava no Cone Sul. E por que não? Era
lógico que os governos agredidos se aliassem contra a guerra
revolucionária de âmbito internacional para implantar ditaduras
socialistas em toda a América do Sul.
No início dos anos 1960, a Organização Latino-Americana de
Solidariedade (OLAS) exportava a guerra revolucionária a partir de Cuba
para todo o Continente. Além disso, como escreveu Hermógenes de Arce em
“Terapias para Cerebros Lavados” (Cap. VII; p.277): En 1974, se fundó en
París una Junta de Coordinación Revolucionaria integrada pelo Ejército
de Libertación Nacional de Bolívia, Ejercito Revolucionário del Pueblo
de Argentina, el Movimiento de Libertación Nacional Tupamaros de Uruguay
y el Movimiento de Izquierda Revolucionária de Chile (-) y junto com
ellos luchará por fortalecer y acelerar el processo de coordinación de
la izquierda revolucionária latinoamericana y mundial. A luta armada no
Brasil também era dirigida e financiada pelas matrizes soviética e
chinesa e seus combatentes preparados em cursos por elas e nelas
organizados. Mas os socialistas nunca se revoltaram com essa Operação
Condor Vermelha. Ué, essa podia?
É que eles são os mestres da falsidade e hipocrisia. Presunçosos e
prepotentes, julgam-se com direito de agir de forma violenta e
traiçoeira para implantar o regime socialista – a democracia do partido
único: sem alternância do poder; sem propriedade privada; sem liberdade
de expressão; com mercado e bens de produção controlados; e com a Nação
servil ao partido, tal qual nos paraísos cubano, soviético e chinês.
Suposta ação conjunta estabelecida pelos regimes militares do Cone
Sul (da América do Sul) para combater a luta armada na região. A
esquerda acusa esta iniciativa por diversas violações aos direitos
humanos.
Fonte: A Verdade Sufocada
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