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domingo, 3 de janeiro de 2016

Estão retirando órgãos e partes do corpo humano em Cuba?

2 recém-nascidos desaparecidos

Em 29 de agosto de 2011, a bebê Lia Francisca Padrón Izaguirre desapareceu imediatamente após sua mãe solteira dá-la à luz junto com uma irmã gêmea, no Hospital Eusebio Hernández, conhecido como “Maternidad Obrera” (Maternidade Operária), em Marianao, Havana. Como durante três meses os responsáveis pelo hospital não deram à família informações ou sequer uma explicação, o avô materno, um advogado, entrou com uma ação judicial. Isto só resultou em uma visita da Segurança de Estado (a polícia política) para intimidar a família por ter relatado o caso na internet. Em 30 de novembro de 2011, quinze membros do grupo de advogados independentes “Corrente Agramontista” publicaram um parecer denunciando o desaparecimento escandaloso da recém-nascida. As autoridades então entregaram um corpo desmembrado e putrefato à família, que diziam ser da recém-nascida, explicando que a mulher a cargo da seção “Admissão e Registro” do hospital foi a responsável pelo erro burocrático. Fonte: René Gómez Manzano, “Desaparecen bebés de hospital habanero”, 28 de abril de 2014, www.miscelaneasdecuba.net

Claudia Nubiola Sánchez e seu marido Yoslán Díaz ansiosamente aguardavam o nascimento de uma filha. Em 15 de abril de 2014 Nubiola teve um leve sangramento e o casal foi para o Hospital Enrique Cabrera, também conhecido como “Hospital Nacional”. Na sala de emergência, disseram-lhe que estava prestes a dar à luz e ela foi transferida para uma sala de parto. A mãe sentia o bebê mover-se e chutar muito, exatamente como na noite anterior. Assim que a bebê nasceu, a mãe só conseguiu ver seu corpinho de soslaio, porque alguém empurrou sua cabeça muito para trás. Mais tarde lhe disseram que a bebê nascera morta e que já estivera morta no útero por três dias. O pai insistiu em ver o corpo, mas lhe foram negados o acesso ao corpo e quaisquer informações. Posteriormente, a família foi advertida de que um decreto do Ministério da Saúde determinava que o pai não poderia ver ou ter acesso ao corpo de sua filha. Nenhuma outra informação foi dada à família. Fonte: José Antonio Fornaris, ¿Dónde está mi bebé?, 23 de julho de 2014, CubaNet.org.

6 casos de desaparecimentos ou manuseio indevido de restos mortais

A maioria dos relatórios de mortes documentadas do Cuba Archive carece de informação post mortem sobre a manipulação de corpos. Abaixo estão algumas exceções.

Alejandro Pereira Ríos, morto no Hospital Clínico Quirúrgico Joaquín Albarán, em Havana, no dia 24 de janeiro de 2014, três meses após sofrer uma séria fratura no crânio em um acidente de carro. A família não requisitou uma autópsia, mas lhe disseram que não poderiam preparar o corpo para o velório. Após insistir e inspecionar o corpo, a família acusou o hospital de roubar seus órgãos. O chefe do departamento de autópsia, Dr. Dorian Castellanos Rojas, foi preso pela polícia; em 2010 ele foi acusado de vender órgãos a estrangeiros, mas foi absolvido após uma investigação de seis meses. Acredita-se que o hospital já tenha enfrentado três outras acusações recentes de tráfico de órgãos. Fonte: Vladimir Turró Paez, Médico es investigado por tráfico de órganos humanos, MiscelaneasdeCuba.net, 12 de fevereiro de 2014. 

Luis Enrique Guerrero, 18 anos, morto em 27 de junho de 2014, enquanto estava detido na unidade policial de Tuinicú, província de Sancti Spiritus, acusado de roubar uma usina de açúcar. A família contestou a explicação oficial de que ele cometera suicídio por enforcamento. Seu corpo foi entregue aos familiares repleto de hematomas, com suturas frontais e posteriores atípicas de uma autópsia, e sem a ponta dos dedos dos pés e das mãos. A família estava convencida de que tais eram evidências de tortura e acusou a polícia de assassiná-lo, o que levou à prisão da mãe e de outras duas mulheres da família. Fonte: Martha Beatriz Roque Cabello, Extraña autopsia moviliza comunidad de Sancti Spíritus, Havana. CubaNet.org, 3 de julho de 2014 (noticiado pela ativista local Iris Tamara Aguillera). 

Rafael Yunieski Sagarra Coba, morto misteriosamente em torno de 3 abril de 2012. Encontrava-se em treinamento para o Ministério das Tropas do Interior, na Unidade 1580 (El Pitirre), San Miguel de Padrón, Havana. Sua família recebeu um telefonema que ele desertara de sua unidade, e nove dias depois notificaram que seu corpo foi encontrado em uma lagoa, supostamente depois de se afogar. Duas semanas depois, o corpo foi entregue no cemitério à família para o enterro. No começo a impediram os familiares ver o corpo, mas após insistir e abrir o caixão, constaram que ele estava sem a cabeça. A família exigiu a confirmação de sua identidade e uma explicação das autoridades. Fonte: Michel Iroy Rodríguez, Oscura muerte de joven miembro del MININT, Havana, Cuba. CubaNet.org, 30 de maio de 2013.

Javier Aguiar Rodríguez. Foi visto deixando a casa de sua mãe em Guanabacoa, Havana, no dia 24 de maio de 2011, indo para sua casa a pé perto dali. Quando sua mãe informou seu desaparecimento à estação da polícia local três dias depois, foi-lhe dito que ele fora morto durante um assalto. As explicações das autoridades eram inconsistentes: foram dadas à família três versões diferentes sobre a localização do corpo. Informaram-lhe que o corpo já havia sido enterrado e, mais tarde, que foi cremado após o assassinato. Foram mostradas fotos à mãe de um corpo com sinais de golpes nas pernas e nos pés, com a cabeça decepada e os olhos esbugalhados. (Ela reconheceu a tatuagem na coxa.) Vários dias depois, ela foi levada a um túmulo para transferir seus restos mortais a um cemitério escolhido, mas insistiu em que aquele não era o seu corpo – entre outras coisas, não havia uma deformidade craniana provocada pelo fórceps durante o parto. Não foi dado à família um atestado de óbito ou um relatório sobre onde o corpo fora achado. As autoridades ameaçaram prender ou matar a mãe caso esta não parasse de exigir informações. Fonte: Martha Beatriz Roque Cabello, Conflictos en la sociedad civil, Havana, 23 de julho de 2011.

Beatriz Porco Calle, cidadã boliviana, 22 anos. Morta no dia 29 de março de 2008, no Hospital Faustino Perez ou “Matanzas”. Ela era estudante de medicina em Havana. Supostamente teria morrido em função de uma hemorragia cerebral a partir de uma malformação congênita. Seu corpo foi repatriado para a Bolívia quatro dias depois sem todos os órgãos, incluindo o cérebro, pulmões, rins, fígado, ovários, língua, olhos e dentes. Sua família acusou o governo cubano de tentar encobrir o tráfico de órgãos e de intimidá-la por meio de funcionários do governo local a manter-se em silêncio. A Associação Médica da Bolívia e vários membros do Congresso pediram uma investigação oficial. O governo cubano respondeu que as regras internacionais e nacionais foram seguidas, e Fidel Castro acusou os Estados Unidos de fabricar mentiras com o objetivo de criar um problema de relações públicas para Cuba. Fontes: Martin Arostegui, Cuba’s harvesting of student’s organs riles family, state, The Washington Times, p. A13, 19 de maio de 2008. Polémica por repatriación de una becaria, La Razon, Edición Digital - Abril 23 de 2008. Nota De Prensa, Embajada de Cuba en Bolivia, La Paz, 24 de abril de 2008. Fidel Castro Ruz, Nuestro espíritu de sacrificio y el chantaje del imperio, digital@juventudrebelde.cu, 25 de Abril del 2008. Testemunho gravado em áudio pela família e por um médico boliviano: www.aguadadepasajeros.bravepages.com.

Miguel Ángel Vargas Bastos, cidadão boliviano, 19 anos, morto misteriosamente em 21 de outubro de 2002. Estudou medicina em Havana durante dois anos. Consta-se que ele emprestara seu passaporte por $ 100 dólares para amigos pertencentes ao governo cubano, que o usaram ilegalmente para comprar e vender automóveis a estrangeiros. Três meses antes de sua morte ele pediu para ser enviado para casa, na Bolívia, e denunciara a autoridades e demais responsáveis pela universidade que drogas psicotrópicas lhe foram injetadas e que ele que estava sendo seguido e vigiado. Depois de receber uma ameaça de morte, ele foi visto pela última vez dirigindo-se a um centro de interrogatório, para o qual foi convocado. Autoridades cubanas notificaram a família de que ele falecera em um acidente de trânsito. Quando sua mãe viajou para Cuba, encontrou o corpo coberto de hematomas e feridas. Quando chegou à Bolívia, verificou que dezoito órgãos internos foram removidos, incluindo a língua. Fontes: Familia de estudiante muerto en Cuba sentó una denuncia formal, La Prensa (Bolivia), 19/11/2002. Familia de estudiante muerto en Cuba rompe el silencio, Los Tiempos (Bolivia), 15/11/2002. Testemunho escrito pela mãe: www.aguadadepasajeros.bravepages.com.

Dois casos em que a família foi proibida de ver os restos mortais

Oscar Chapotín. Morto em 31 de maio de 2003, em Combinado del Este, presídio de Havana. Ele cumpria uma sentença de dez anos, quando os guardas da prisão notificaram a família de que ele fora encontrado morto nos trilhos de trem próximos do presídio, supostamente depois de ter ido beber e ser atropelado por um trem enquanto enquanto caminhava embriagado por ali. Em seu funeral, o caixão foi selado e uma guarda militar impediu a família de abri-lo para ver o corpo. Fonte: Muere recluso en dudosas circunstancias, La Habana, 6 junio 2003, (www.cubanet.org, 9 junio 2003).

Emilio Pérez Valdés, morto misteriosamente em 30 de junho de 2010. Autoridades informaram que o estudante de 15 anos foi encontrado morto dentro de um tanque em uma fábrica de cimento próxima à sua escola, em Mariel, estado de Havana, horas depois de seu desaparecimento ter sido anunciado. As autoridades não permitiram que a família visse o corpo, realizasse um velório ou um enterro. A família solicitou continuamente uma investigação. Os familiares foram ameaçados e perseguidos pelas autoridades (e seu padrasto detido uma vez), e, em julho de 2011, pediram asilo político nos Estados Unidos. Fonte: Solicitan asilo en EEUU familiares de estudiante fallecido en extrañas circunstancias, CafeFuerte.com, 12 July 2011.

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