Translate

sábado, 9 de janeiro de 2016

Je suis Brasileiro! Atentado ao QG do II Exército: quem lembra?


Por Carlos I. S. Azambuja
Em 1969, o jovem Mário Kosel Filho, conhecido em sua casa como Kuka, é convocado para servir à Pátria e defendê-la contra possíveis agressões internas ou externas e é designado para servir no Quartel General do II Exército, em São Paulo/SP. Na mesma época, o Capitão Carlos Lamarca, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, serve no 4º RI, em Quitaúna/SP.
O destino dos dois vai se cruzar tragicamente. A época é difícil, pois brasileiros pertencentes a organizações terroristas tentam, através da luta armada, implantar uma ditadura comunista no Brasil. O Capitão Lamarca, no dia 24/01/69, trai a Pátria que jurou defender. Rouba do 4º RI muitos fuzis, metralhadoras e munição, deserta e entra na clandestinidade. O material bélico roubado é entregue à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), uma organização terrorista que Lamarca já integrava, antes de desertar. O soldado Kosel continua servindo, com dedicação, a Pátria que jurou defender. No dia 26/06/68, como sentinela, zela pela segurança do Quartel General, no Ibirapuera. Às 0430h, ele está vigilante em sua guarita. A madrugada é fria e a visibilidade muito pouca.
Nesse momento, um tiro é disparado por uma sentinela contra uma camioneta chevrolet que desgovernada tenta penetrar no quartel. Seu motorista saltara dela em movimento, após acelerá-la e direcioná-la para o portão do QG. O soldado Rufino, também sentinela, dispara 6 tiros contra o mesmo veículo que finalmente bate na parede externa do quartel. Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se há alguém no seu interior.
Há uma carga com 50 quilos de dinamite que, em segundos depois, explode e espalha destruição e morte num raio de 300 metros. Seu corpo é dilacerado. Seis militares ficaram feridos: o Cel Eldes de Souza Guedes e os soldados João Fernandes de Souza, Luiz Roberto Juliano, Edson Roberto Rufino, Henrique Chaicowski e Ricardo Charbeau.
É mais um ato terrorista da organização chefiada por Lamarca, a VPR. Participaram deste crime hediondo os seguintes onze terroristas: Waldir Carlos Sarapu (Braga, Rui), Wilson Egídio Fava (Amarelo, Laercio), Onofre Pinto (Ari, Augusto, Bira, Biro, Ribeiro), Eduardo Collen Leite (Bacuri, Basilio), Diógenes José Carvalho de Oliveira (Leandro, Leonardo, Luiz, Pedro), José Araújo de Nóbrega (Alberto, Zé, Pepino, Monteiro), Oswaldo Antônio dos Santos (Portuga), Dulce de Souza Maia (Judith), Renata Ferraz Guerra de Andrade (Cecília, Iara), José Ronaldo Tavares de Lira e Silva (Dias, Joaquim, Laurindo, Nunes, Roberto Gordo, Gordo) e Pedro Lobo de Oliveira (Getúlio, Gegê). 

Após a sua morte, o soldado Kosel foi promovido a 3º sargento e sua família passou a receber a pensão correspondente a esse posto. O Exército Brasileiro numa justa homenagem colocou o seu nome na praça de desfiles do QG do II Exército. 

Lamarca continuou na VPR seqüestrando, assaltando, assassinando e praticando vários outros atos terroristas, até o dia em que morreu, de arma na mão, enfrentando uma patrulha do Exército que o encontrou no interior da Bahia em 1971. Sua família passou também a receber a pensão militar correspondente. Apesar de todos os crimes hediondos que cometeu, sendo o mais torpe deles o assassinato a coronhadas de um seu prisioneiro, o tenente PMSP Alberto Mendes Júnior, Lamarca é apontado como herói pelos esquerdistas brasileiros. Ruas passaram a ter seu nome. Tentaram colocar seus restos mortais num Mausoléu na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Um filme foi feito para homenageá-lo. 

Por outro lado, Mário Kosel Filho, soldado cumpridor dos seus deveres, cidadão brasileiro que morreu defendendo a Pátria, está totalmente esquecido. Além do esquecimento, a Comissão de Mortos e Desaparecidos que já concedera vultosas indenizações às famílias de muitos terroristas que nunca foram considerados desaparecidos, resolveu indenizar, também, a família Lamarca, numa evidente provocação às Forças Armadas e desrespeito ás famílias de Mário Kosel Filho e de muitos outros que como ele morreram em conseqüência de atos terroristas. Essa Comissão generosamente distribuiu o dinheiro do contribuinte apenas àqueles que morreram tentando, através da força das armas, transformar o Brasil num satélite comunista.  

A seguir, como conclusão, um trecho de um artigo anterior -  “Comissão de Desaparecidos Políticos” -:

“(...) Para a concessão dessas recompensas, no entanto, não deixa de ser ridícula e extemporânea a insinuação dos que redigiram o projeto criando a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos de que os guerrilheiros do Araguaia estavam sob a custódia do Estado ou em“dependências policiais ou assemelhadas”.

Não deixam também de ser extravagantes as alegações da Comissão de Mortos e Desaparecidos para recompensar as famílias de diversos guerrilheiros urbanos, definindo que foram mortos em “dependências policiais ou assemelhadas” ou em “lugares sujeitos à administração militar”, artifícios utilizados para inúmeros casos, como os de Carlos Lamarca, morto no sertão baiano - cuja viúva já recebia pensão militar - e Carlos Marighela, morto em via pública, no centro de São Paulo, traído, deliberadamente ou não, pelos seus camaradas do Convento dos Dominicanos, e muitos outros, reconhecidamente mortos nas ruas, em confrontos com a polícia (...)”.

Je suis brasileiro...
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

Fonte: Alerta Total

Nenhum comentário:

Postar um comentário