Da Cia
A acelerada e aparentemente irreversível
decadência petista nos tem permitido tratar com mais atenção outros
problemas do país que vão além da criminalidade política, ideológica e
filosófica que o marxismo local materializou com o PT. É neste contexto
além do político que deve-se perguntar agora: por que a imprensa
brasileira despreza tanto os evangélicos? Para provar o tamanho deste
problema destacarei aqui o grupo Abril, que publica a Veja, maior
revista do país e tida por muitos como veículo mais “direitista”.
Nem
vou falar de outros grupos historicamente mais afeitos a teses
esquerdistas – a esquerda tem na proibição e sufocamento da religião um
de seus pilares práticos – ou das Organizações Globo, simpática ao
catolicismo e ao espiritismo e que tem sua linha editorial influenciada
pela concorrência com rádios e tvs evangélicas.
Esta hora também é apropriada devido ao
inacreditável ataque destacado na capa de uma das mais relevantes
revistas do portfólio do grupo Abril, a “SuperInteressante”. Vejam a
montagem abaixo que traz a capa atual ladeada a uma outra matéria
principal que tratou de religião.
Não importa o conteúdo das reportagens
contidas nessas edições pois poucos as lerão. Pesa muito mais o efeito
das capas, da chamada. São as capas que vão para os anúncios, que entram
como chamada no índex do acervo das revistas e é pelas capas que as
edições serão lembradas.
O que temos nessas duas capas são duas
afrontas para as pessoas normais A primeira tem o seu valor pois desafia
o senso comum de pessoas normais num lugar em que quase ninguém segue o
islã, em que o contato é mínimo com muçulmanos e que quase tudo que
chega sobre a religião é a imagem representada pelos protagonistas de
atos terroristas. Nesse contexto, apresentar o Alcorão é algo válido,
interessante. Já a segunda não desafia o senso comum no sentido de
iluminá-lo, mas pelo contrário, de distorcer a realidade. À exceção do
ambiente de trabalho de jornalistas, especialmente os sem-vergonha como
os que publicam uma reportagem dessas, os evangélicos estão por todas as
partes e convivem pacificamente com todo tipo de brasileiro. É muito
provável que, sem o saber, até mesmo estes jornalistas canalhas convivam
com evangélicos pois há um grande número desses religiosos em
profissões de baixa qualificação – assim como também há evangélicos bem
sucedidos, esta “minoria” tem grande representatividade em todos os
cortes populacionais. Quem faz uma reportagem dessas odeia evangélicos
mas provavelmente serve-se deles na portaria do grupo Abril, nos
serviços de copa e limpeza de seus ambientes de trabalho, no transporte e
nas refeições.
Não é de hoje que a revista
SuperInteressante vem, numa agenda nitidamente militante, pregando
contra as religiões. O ataque aos evangélicos na capa da revista é
apenas o ato final de covardes que, por vias irônicas e com pretensa
superioridade, já o faziam contra cristãos em geral em reportagens
nascidas para agradar quem vive neste universo paralelo que é a mente
desse tipo de jornalista.
Numa época em que as edições impressas
perdem a importância e rentabilidade, o grande objetivo desse tipo de
gente parece ser agradar a si próprios e chamar atenção nas redes
sociais. Na mesma medida em que a crise no jornalismo os distancia dos
lucros, forçando demissões, também os relatos verídicos e honestos se
esvaem, trazendo o descrédito geral. Neste caso específico recorrem a um
expediente já conhecido: ataca-se algo, dizendo-se dele ser “violento”
para que se tome o revide e depois o revide seja usado como
evidência de que o ataque inaugural era verdadeiro.
Mas este post trata do grupo Abril, não
apenas da revista SuperInteressante, porque a prática é comum por ali.
Parece haver instrução organizacional. Vejam por exemplo a publicação
“Veja na sala de aula”, voltada a professores,como sugere abordagem da
religião evangélica nas escolas:

“Veja na sala de aula” e proposta para debater o tema das igrejas evangélicas no Brasil – Clique para ampliar
Uma busca no acervo da publicação não
traz nenhuma outra citação ao “universo evangélico”. Alunos sob as
instruções do método vendido pelo grupo Abril seriam então instruídos
desta forma. A grosseria é tão absurda e “segmentada” que quem elaborou
isto nem mesmo considera a possibilidade de algum estudante ser membro
da Igreja de R.R. Soares e ter então seu professor ensinando que o líder
de sua igreja se assemelha àqueles que inspiram ataques terroristas –
esta publicação é de outubro de 2003, 2 anos após os ataques às torres
gêmeas.
A revista VEJA também prima por sua caricaturização dos evangélicos, especialmente os políticos desta fé. Recentemente, em uma entrevista com o intuito de ridicularizar um deputado evangélico, a jornalista da publicação cometeu a ousadia de dizer que ele, como todos que combatem a nefasta “Ideologia de Gênero” no ensino fundamental, são contra a “promoção da tolerância com homossexuais”.
Na Veja, Lauro Jardim, que edita a coluna “Radar”, de notas curtas e por isso mais lida da revista, é quem mais ataca e caricaturiza os evangélicos. Ao se referir ao Pastor Feliciano, chegou a produzir o seguinte título para uma nota “Pastor, presidente das minorias e sedento deputado homofóbico indicado para assumir comissão do direito das minorias aparece em vídeo apelando para tirar dinheiro de fiéis”. O título, de tão absurdo, foi depois substituído. Em outra nota, de 2013, Pastor Feliciano, um dos deputados federais mais votados e conhecidos, foi chamado de inexpressivo. No mesmo mês de março de 2013, Feliciano foi chamado de homofóbico e desastrado. Como homofobia não foi ainda tipificada como crime, o jornalista pode chamar qualquer evangélico assim sem ter de provar a acusação. Num embate entre Samuel Malafaia e Freixo, usou as acusações de ambos da seguinte forma: Malafaia foi acusado pelo outro de homofóbico e retrucou chamando-o de cristofóbico. O título saiu assim:
Em suas notas políticas, Lauro tenta
criar um antagonismo na ação política que colocaria em confronto os
deputados evangélicos e os católicos, mostrando total desconhecimento da
realidade da Câmara dos Deputados e da pauta dos deputados cristãos.
Uma pesquisa no site “Radar On Line” por notas que contenham o termo
evangélico retornará uma enorme quantidade de notas ridicularizando
os deputados religiosos. Confrontar a deferência e respeito de Lauro
Jardim com os ministros da Fazenda do PT ajuda a mostrar o caráter do
jornalista: ele endeusava Antônio Palocci, que em breve será preso, e
tem enorme respeito pelo incompetente e desprezível Joaquim Levy.
O acervo da revista apresenta raras
matérias em que exista um mínimo de respeito ou mesmo menção ao efeito
das igrejas evangélicas na vida das pessoas comnus. Num país com mais de
50 mil assassinatos por ano, com miséria pra todo lado, traficantes
dominando bairros e se imiscuindo no poder público, as igrejas
evangélicas são muitas vezes a única assistência que pessoas de boa
índole têm para não ceder às tentações da vida farta no mundo do crime.
Também não há nas páginas da editora Abril levantamentos ou retrato
sobre o número de clínicas religiosas que recuperam a dignidade de
milhares de drogados que, sem elas, ficariam anos nas filas do SUS à
espera de vagas – tempo que muito provavelmente seria vencido por
recaídas no consumo e prática de crimes.
Nem mesmo a crise de vendas e anúncios
na revista fez com que mudassem essa política institucional de
ridicularização dessa enorme fatia da população brasileira, o que na
verdade depõe a favor da editora Abril: pior seria agradar por questões
comerciais a quem se menospreza ou se considera, sei lá, inferior.
Quando grandes grupos de imprensa se
apresentam assim descolados da vida de parte tão expressiva da população
e, ainda pior, confrontando-a, só há um lado a perder. E por sorte, não
é o povo.
Fonte: Reaçonaria
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